No livro Estudo de Casos em Terapia do Esquema as autoras apresentam seis relatos de casos, nos quais, como experientes psicoterapeutas que são, expõem com clareza, objetividade e riqueza de detalhes o processo de psicoterapia levado a cabo com cada um desses pacientes. Cada estudo de caso foi selecionado a partir de cada um dos cinco domínios esquemáticos (relacionados a cada uma das tarefas evolutivas no desenvolvimento da personalidade que todos os seres humanos têm de passar). O último capítulo nos apresenta um caso complexo de um paciente com transtorno de personalidade narcisista que vivencia todos os domínios esquemáticos de forma desadaptativa. Dessa forma, o leitor pode ter clareza de como estilos específicos de déficits nos cuidados com as crianças acarretam dificuldades diferenciadas no modo como esses sujeitos irão lidar com o mundo que os cerca na vida adulta.
Com essa organização da sequência dos capítulos, obteve-se também a exemplificação do objetivo central da TE de buscar suprir as NEBs deficitárias para cada um dos domínios esquemáticos, por meio das inovadoras técnicas da reparentalização limitada e confrontação empática, entre outras.
O principal foco da terapia do esquema (TE) são os pacientes caracterológicos, com pouca motivação para a terapia e com dificuldades para se adaptarem a outras linhas de atendimento psicológico. Essa abordagem propôs novos conceitos e intervenções, os quais demonstraram resultados bastante satisfatórios para o tratamento psicológico ao estabelecer uma relação terapêutica sólida e afetiva com o paciente, equilibrando a validação com a necessidade de mudança e facilitando a adesão e a colaboração do paciente com o tratamento.
A TE parte do princípio de que os indivíduos têm necessidades emocionais básicas e que, ao vivenciarem na infância e na adolescência situações traumáticas ou nocivas que ocorreram de forma repetitiva, se elas não foram satisfeitas adequadamente, em conjunto com o seu estilo de temperamento, isso pode contribuir significativamente para o desenvolvimento de esquemas iniciais desadaptativos (EIDs). Os EIDs são padrões emocionais e cognitivos, compostos por crenças profundamente enraizadas a respeito de si mesmo e do mundo, memórias, sensações corporais e experiências emocionais, sendo considerados multifacetados por possuírem componentes cognitivos, emocionais, interpessoais e comportamentais.
Os objetivos dos terapeutas do esquema são identificar e reparar parcialmente as necessidades emocionais de cada indivíduo por meio da relação terapêutica e ajudá-los a encontrar formas mais adaptativas para satisfazer às suas necessidades emocionais, pois, devido ao caráter perpetuador dos esquemas, os indivíduos frequentemente se envolvem em experiências tóxicas que impossibilitam o suprimento de suas necessidades, mantendo a insatisfação e o sofrimento em suas vidas.
A terapia do esquema desenvolvida por Jeffrey Young vem despertando cada vez mais interesse na área da Psicologia, o que possivelmente está relacionado com sua proposta inovadora, aprimorada e integrada com outros conhecimentos já existentes. Todavia, sua complexidade, devida à sua profundidade teórica e prática, exige muito estudo e aperfeiçoamento contínuo. Para auxiliar no desenvolvimento profissional de quem quer utilizar ou já utiliza a terapia do esquema no seu trabalho, elaboramos este livro, a fim de mostrar de forma prática a aplicação dos conceitos e estruturas desse modelo teórico.
O livro foi organizado com o objetivo de clarificar cada um dos cinco domínios de necessidades psicológicas das pessoas, incluindo a formação de esquemas desadaptativos em cada um deles, com estudo de casos que englobam o processo de avaliação e intervenções utilizadas. Dessa forma, essa obra pretende mostrar a aplicação dessa promissora abordagem psicológica, contribuindo com a atuação dos profissionais da área.
Capítulo 1. Introdução à Terapia do Esquema
Capítulo 2. Desconexão e rejeição
Capítulo 3. Autonomia e desempenho prejudicados
Capítulo 4. Limites prejudicados
Capítulo 5. Orientação para o outro
Capítulo 6. Supervigilância e inibição
Capítulo 7. Casos desafiadores em terapia do esquema