Tratar o comportamento suicida e o sem intencionalidade suicida pode ser a primeira resposta que vem à mente. Tratar o Transtorno da Personalidade Borderline, também. Não estaria errado pensar isso, visto que boa parte da pesquisa histórica na DBT se concentra nesses comportamentos e nessa psicopatologia. Mas o objetivo da DBT não é esse. A DBT tem um objetivo maior do que manter pessoas vivas: ajudar pessoas a construírem vidas valiosas, vidas que se justifiquem viver.
Aplicando a Terapia Comportamental Dialética: Um Guia Prático é um livro de entrada para os interessados em atuar com essa abordagem psicoterapêutica e certamente influenciará a propagação da DBT pelo Brasil, cativando cada vez mais profissionais e estudantes de saúde mental para que auxiliem pessoas com desregulação emocional generalizada.
A DBT é complexa; em parte, porque é flexível e adaptável às necessidades de cada paciente, em cada momento. A autora explica detalhadamente o que é necessário para se fazer uma formulação de caso na DBT e como usá-la para guiar a intervenção. Considerando que o livro de Linehan sobre o tema (1993a) é um manual de tratamento, este aqui é um guia para o usuário, repleto de casos clínicos e descrições passo a passo para facilitar sua compreensão de como usar a DBT com seus clientes.
A obra é essencial para profissionais que aplicam a Terapia Comportamental Dialética (DBT, da sigla em inglês, Dialectical Behavior Therapy).
Explica-se como os indivíduos desenvolvem a desregulação emocional generalizada, e como isso leva a problemas que destroem sua qualidade de vida e minam seus esforços para conseguir mudanças com a terapia. Apresenta um panorama completo de como as estruturas de tratamento da DBT abordam esse problema crucial, que é a desregulação emocional.
Descreve-se como aplicar essa compreensão geral da desregulação emocional às etapas fundamentais da formulação de caso e ao planejamento do tratamento para cada cliente. Aborda os três conjuntos de estratégias nucleares de tratamento que a DBT utiliza para atingir as metas terapêuticas dos clientes: estratégias de mudança comportamental, estratégias de validação e estratégias dialéticas.
Traz como a desregulação emocional generalizada leva a comportamentos e crises dependentes do humor e como o terapeuta de DBT precisa adaptar as estratégias de mudança comportamental (isto é, os procedimentos cognitivo-comportamentais de treinamento de habilidades, terapia de exposição, manejo de contingência e modificação cognitiva).
Descreve-se a postura dialética e as estratégias que ajudam o terapeuta a aceitar completamente o cliente e o momento como são, ao mesmo tempo em que age, com urgência, em prol da mudança. Aborda-se o terceiro e último conjunto de estratégias nucleares, que envolve a capacidade de resistir à simplificação excessiva e superar o pensamento dicotômico, para encontrar combinações genuinamente viáveis entre mudança comportamental e validação, razão e emoção, e aceitação e mudança.
Traz também os três conjuntos de estratégias juntos e ilustra como são usados no contexto da formulação de caso e da hierarquia de metas do tratamento, enfatizando a importância crucial e o funcionamento da equipe de consultoria entre pares da DBT — uma comunidade de terapeutas que trata uma comunidade de clientes e também aplica a DBT a eles mesmos.